As “peles” coladas às vozes em “contraponto” às palhetas, são suscetíveis de serem afetadas pela humidade e pelas variações de temperatura ambiente.

Nunca poderemos obter uma boa afinação sem, em primeiro lugar, verificar e corrigir, se necessário, as “peles”; a sua elasticidade/maleabilidade vai contribuir para um som mais limpo e para a eliminação de ruídos quando as palhetas são postas em execução.
Também aqui temos o cuidado de escolher o melhor material e aquele que melhor se adequa ao seu acordeão.

As vozes, para que tenham um bom desempenho, têm de ser muito bem limpas com particular atenção à limpeza entre as lâminas e o “chassi” onde estas são fixadas.

A limpeza que referimos está na base da maior eficácia que se pretende pois basta um pouco de pó ou de limalha para impedir que o funcionamento da lâmina não seja eficiente; especialmente as vozes mais agudas são suscetíveis de falhas que podem ter por base a sua deficiente limpeza.

 

Qualquer acordeonista que domine aquilo que é designado por dinâmica sabe como é importante o equilíbrio sonoro de todas as vozes em todos os registros básicos de afinação. Assim, quando pretendemos uma sequência de sons pianos ou pianíssimos deveremos escutar equilíbrio sonoro das vozes postas em execução para que não haja irregularidade dinâmica. Da mesma maneira devemos obter esse equilíbrio sonoro quando executamos em forte ou fortíssimo ou em crescendo ou decrescendo.

A afinação de um acordeão só deve ser feita depois de ultrapassados os passos anteriores.

A afinação exige uma grande capacidade, competência e experiência de quem a executa.

Trabalho meticuloso e paciente, tem na perseverança e na experiência do afinador a base para um bom serviço.

Precisão e concentração são requisitos indispensáveis para que a “personalidade” e a especifidade do acordeão a afinar sejam salvaguardadas.
Quando queremos iniciar o processo de afinação temos de saber que tipo de afinação é requerido para o acordeão que temos em mãos. Assim, há que considerar dois tipos de afinação que de semelhante nada têm pois são aplicadas para objetivos diferentes; os acordeões chamados de concerto utilizam uma afinação de “igual temperamento” que vai ao encontro da exigência de um reportório polifónico, clássico, contemporâneo, orquestral, sinfónico, etc..

Por outro lado temos os acordeões chamados de “música ligeira” que incluem folk, jazz, música popular de maior ou menor grau de dificuldade e que se baseiam em vários tipos de afinação com valores padronizados e definidos ou, até, por gosto do acordeonista que poderá optar por uma afinação pessoal mais ou menos “vibrada”. É esta riqueza e variedade sonora que permite que o acordeão seja um instrumento vocacionado para todo e qualquer tipo de estilo musical.